Ilustração |
Texto:
Elvécio Andrade
Se
dependesse da população, principal prejudicada em tudo que vem ocorrendo nos
últimos anos no Brasil, a redução da maioridade penal já teria sido aprovada há
muito tempo. Aliás, privilégios para menores delinquentes nem teria existido.
Uma
mostra disso foi o resultado de uma pesquisa encomendada pela CNT (Confederação
Nacional dos Transportes) e realizada pela MDA em São Paulo , quando nove
em cada dez pessoas que são a favor da redução da maioridade penal de 18 para
16 anos.
Ao
todo foram entrevistadas 2010 pessoas entre primeiro e cinco de junho deste
ano, tendo uma margem de erro de 2,2% para mais ou para menos. Do total 92,7%
disseram ser a favor da redução da maioridade penal, 6,3% se declararam contra
e 0,9% preferiu não opinar.
Na
opinião de 69,1% dos entrevistados na pesquisa encomendada pela CNT, os crimes
cometidos por menores aumentaram muito nos últimos anos, o que tem deixado a
população acuada e temerosa de ser vítima de menores, já que eles têm a
proteção da lei para roubar, matar e traficar drogas.
Essa
nova pesquisa vem corroborar o resultado de outra realizada pelo Datafolha no
mês de maio, ocasião em que 600 pessoas foram entrevistadas. Desse total, 93%
dos entrevistados disseram que eram a favor da redução.
O
apoio da população tem razão de ser, haja vista que menores descontrolados,
sanguinários e conscientes da impunidade, estão se tornando audaciosos a cada
dia e cada vez mais cruéis, pois sabem que mesmo cometendo crimes bárbaros,
terão cobertura legal e ainda contarão com apoio de órgãos e religiosos, que
numa visão hipócrita, apelam sempre para o já babado discurso de que o problema
só será resolvido com a educação.
Com
certeza um ensino de qualidade e mais acesso às escolas amenizariam o problema,
mas não resolveria, pois adolescentes bem criados, de famílias abastadas, com
acesso a bons colégios estão entrando para o crime a cada dia, conforme sempre é
noticiado pela imprensa.
Sou
a favor de uma boa educação, mas sem uma punição severa para adolescentes
bandidos o caos continuará. Aliás, professores são as principais vítimas desses
bandidos mirins, que além de transformar os colégios onde estudam em ponto de
venda de drogas levando para o submundo outros adolescentes, também impõem o
terror, mantendo sob o império do medo professores e diretores.
A
coisa está tão feia, que no Espírito Santo o delegado Wellington Lugão, titular
da Deacle (Delegacia de Adolescentes em Conflito com a Lei) tomou uma decisão
drástica na terça-feira, 11. Segundo ele, a partir de agora não mais vai
prender menores envolvidos em tráfico de drogas, pois já está cansado de ver
menores de 18 anos apreendidos por tráfico de drogas serem soltos após decisão
judicial.
Essa
mudança estabelecida pelo delegado já começou a vigorar a partir desta
quarta-feira, 12. Para justificar sua decisão, o delegado enfatiza que essas
prisões são uma perda de tempo e dinheiro com longos autos de apreensão para na
primeira audiência o adolescente ser liberado.
Recentemente
um menor que já foi apreendido várias vezes por prática de todo tipo de crimes,
ao ser apreendido mais uma vez em Vitória/ES depois de uma tentativa frustrada
de assaltar uma vítima, consciente da impunidade, de dentro do camburão falou
todo tipo de besteiras, inclusive chegou a afirmar que roubava os playboys,
porque não tinha o que queria e porque a lei estava do seu lado.
E
assim o Brasil caminha, com uma minoria de adolescentes sanguinários
aterrorizando toda uma sociedade, enquanto os políticos, que deveriam tomar uma
providência legal, fazem ouvidos moucos, se preocupando apenas com assuntos de
interesses próprios, como aumento do próprio salário na calada da noite.
Aliado
a isso, órgãos como o Ministério Público e a OAB, que deveriam estar ao lado do
povo, defendendo a sociedade desse câncer que se enraizou no país, preferem se
declarar contra a redução da maioridade penal, afirmando que essa não é a
solução.
Então
por que não apresentam uma solução viável para o problema que não seja a mesma
ladainha de sempre de que a solução é a educação?
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