Sempre fui contra essa história de devolução de recursos do Legislativo ao Executivo, por entender que isso só acontece quando o presidente seja da Câmara Municipal, das assembléias legislativas ou da Câmara dos Deputados, não tem capacidade para administrar o orçamento ou tem outras intenções camufladas em sua atitude.
Nos últimos anos virou febre a devolução de recursos por parte do legislativo. Os presidentes de legislativos, sem notar que ao devolver o dinheiro estão assinando um atestado de incapacidade administrativa, procuram a imprensa para divulgar essa decisão, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.
Esquecem esses presidentes, que além de confessar a incapacidade administrativa, ainda estão provando o que o povo sempre soube e denunciou: as câmaras e assembléias têm dinheiro demais para dar mordomias a vereadores e deputados, enquanto o povo fica carente de educação, segurança, saúde etc.
Um exemplo claro de falta de competência em gestão pública é a Assembléia Legislativa do Espírito Santo, que desde 2.003 vem devolvendo recursos ao Executivo. Essas sobras eram devolvidas mesmo sem existir, apenas com o intuito de enganar a população e passar a impressão de que a casa tinha sido moralizada na chamada Era do imperador Paulo Hartung.
Como os recursos do orçamento não eram aplicados na manutenção de seu prédio, a Assembléia Legislativa capixaba foi se deteriorando ao longo do tempo e agora necessita de uma reforma urgente, principalmente em sua fachada, que está totalmente descaracterizada, com um sombrio ar de abandono.
Os reparos que poderiam ter sido feitos ao longo dos anos com o dinheiro que era devolvido para agradar o ditador Paulo Hartung, evitariam o gasto maior que se terá agora, em torno de R$ 600 mil, para trocar parte das pastilhas que já se desprenderam ou que estão na iminência de cair.
Vale destacar que a necessidade de reformas no prédio do poder legislativo capixaba não é coisa recente. Esses reparos estão sendo necessários há mais de um ano e aquela casa de leis, apesar de todo ano devolver dinheiro ao Executivo, sempre afirmava que faltavam recursos para a realização da obra, que está prevista para durar entre seis e oito meses.
O custo dessa obra deverá sair dos R$ 128 milhões, valor estimado do orçamento do próximo ano. Como grande parte desses recursos repassados pelo Executivo é consumida pela folha de pagamento, espera-se que a obra realmente saia do papel e que o atual presidente não devolva recursos ao Executivo para passar a falsa impressão de que no Estado tudo está correndo às mil maravilhas.
É preciso lembrar, também, que em decorrência de malfadadas gestões anteriores, o atual presidente recebeu a casa no vermelho e terá que rebolar para colocar ordem no galinheiro.
Um dos responsáveis pela situação crítica da Assembléia Legislativa é o ex-presidente Élcio Álvares, que além de realizar contratos considerados suspeitos e que só trouxeram prejuízos para a Assembléia Legislativa, ainda deixou para o atual presidente um presente de grego, que é a dívida com os servidores, que continuam na briga pelo pagamento retroativo dos 11,98%.
Chega de enganar a população tentando passar uma imagem de regularidade política e administrativa que não existe no Estado, dominado pela criminalidade, falta de investimento na saúde pública e na educação, heranças caóticas do (des) governo do imperador Paulo Hartung.
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