Zona rural de Quixadá |
Quem passou a maior vergonha da vida foi o
lavrador José Vicente Soledade da Cunha, 38 anos. Ele foi retirado de um forró
a tapas e pontapés por sua mulher Raimunda Conceição da Silva, 37 anos. A dona
de casa arretada entrou na casa de danças igual um rolo compressor e fez o
maior estrago.
Alguns amigos até tentaram ajudar o coitado
ao vê-lo sendo massacrado pela mulher, mas acabaram levando alguns murros no
pé-de-ouvido e se mandaram. Sobrou até para a jovem que estava dançando com
José Vicente, que foi arremessada contra uma prateleira de garrafas de bebidas.
O impacto do corpo da jovem batendo contra a
prateleira foi tão forte, que voou garrafas de bebidas para todos os lados,
para desespero do dono do estabelecimento, que saiu correndo pelo salão gritando
feito louco, perguntando quem seria responsável pelo pagamento de seu prejuízo.
O lavrador estava no maior rela coxa no Forró
Porteira Velha, na Comunidade de Bom Jardim, na Zona Rural de Quixadá/CE,
quando do nada surgiu sua volumosa mulher, que avançou em sua direção
derrubando todo mundo que encontrava pela frente, como se fosse uma moita de
capinzal.
Raquítico, pesando pouco mais de 65 quilos,
José Vicente não foi páreo pra Raimunda, uma negona de mais de 100 quilos, que
estava cuspindo marimbondos e soltando fogo pelas ventas. Seu olhar de ódio ao
ver o marido dançando fazia tremer o mais corajoso dos homens.
No primeiro contra vapor que a enfurecida
Raimunda aplicou no pobre marido, ele saiu catando cavacos, tropeçou num
tamborete no meio do salão, caiu sobre uma mesa de ferro, que deslizou no chão
encerado até bater de encontro a uma porta de madeira, que foi cair bem no meio
da rua.
De braços erguidos e com passos largos,
Raimunda aproximou-se de José Vicente, que atordoado tentava se levantar. Com
facilidade ela ergueu o marido acima da cabeça e o jogou atrás do balcão, que
ficava a cinco metros de distância. Foi quando os amigos tentaram ajudar e se
deram mal.
Ato contínuo, a mulher endiabrada pegou o
marido pelo cós da calça e o empurrou pra fora da Casa de Danças, ameaçando
nova coça assim que chegar em casa. Depois de toda confusão ninguém mais teve
ânimo pra dançar, e o dono do estabelecimento chorou o prejuízo sofrido.
Algumas horas depois
a Polícia Militar compareceu ao local, mas nada pode fazer. Os frequentadores
do local já tinham ido embora. Restaram apenas alguns retardatários debruçados
sobre o balcão, que tomando cachaça encharcavam a alma numa tentativa de
aplacar a dor de um amor perdido.
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