Drogas são vendidas até para crianças |
O uso de drogas transformou-se numa verdadeira epidemia, que a cada instante destrói a vida de milhares de pessoas, principalmente de jovens, que influenciados por bandidos como Fernandinho Beira Mar e músicas como funk acabam entrando no submundo das drogas, de onde só saem para o presídio ou para a morte.
O aumento constante de menores e jovens fazendo uso de drogas e as mortes que diariamente são divulgadas pelos jornais em todo país é preocupante. E os nossos governantes assistem a tudo sem tomar nenhuma providência para pelo menos amenizar a situação.
É cada vez maior o número de mães, que por não encontrar o amparo por parte do Estado, precisam acorrentar seus filhos para evitar que eles morram nas mãos de traficantes.
A situação é crítica. É verdadeiramente aterrorizante ver uma pessoa acorrentada, enquanto a mãe, em desespero, tenta se justificar diante das câmaras de televisão, afirmando que só está agindo daquela forma, porque ama o filho e não quer vê-lo morto.
A imagem mostra a ausência do Estado |
O certo é que sem a assistência do governo e desamparadas pelo poder judiciário, as mães estão cada vez mais acorrentando seus filhos dependentes de crack e outras drogas. Nossos governantes a tudo assistem e nada fazem. Quando decidem se manifestar, mentem dizendo que nada podem fazer, pois no país é proibido fazer a internação involuntária ou compulsória de viciados.
A desculpa não passa de uma mentira deslavada, pois a Lei nº 10.216/01, em seu artigo 6º, incisos II e III, garante não só a internação involuntária, como a internação compulsória do dependente que perdeu sua capacidade de autodeterminação, como meio de afastá-lo do ambiente nocivo em que convive.
Também está em pleno vigor o Decreto-lei nº 891, de 25 de novembro de 1.938, que em seu artigo 29 diz que “os toxicômanos ou intoxicados habituais, por entorpecentes, por inebriantes em geral ou bebidas alcoólicas, são passíveis de internação obrigatória ou facultativa por tempo determinado ou não”.
No parágrafo primeiro está especificado que “a internação obrigatória se dará, nos casos de toxicomania por entorpecentes ou nos outros casos, quando provada a necessidade de tratamento adequado ao enfermo, ou for conveniente à ordem pública. Essa internação se verificará mediante representação da autoridade policial ou a requerimento do Ministério Público, só se tornando efetiva após decisão judicial”.
O fim das cracolândias país afora é possível, se houver vontade política e se o Ministério Público sair de sua inércia e agir em defesa do cidadão. A máscara caiu e a mentira de que não se pode internar ninguém contra sua própria vontade não serve mais como desculpa para não solucionar problemas sociais provocados pelo consumo indiscriminado de drogas, que tem ceifado a vida de tantos jovens.
Chega de ver crescer cada vez mais a legião de mortos-vivos, dominados pela droga, principalmente pelo crack, que se trata de uma droga de alto poder viciante, haja vista que a pessoa, só de experimentar, pode tornar-se um viciado. As pessoas que o experimentam sentem uma compulsão de usá-lo de novo, estabelecendo rapidamente uma dependência física, pois querem manter o organismo em ritmo acelerado.
Todavia, como o seu efeito passa rápido e o sofrimento por sua ausência no corpo vem em 15 minutos, o usuário usa-o em maior quantidade, fazendo gastos ainda maiores dos que já vinha fazendo e, para conseguir sustentar seu vício, começa a usar qualquer método para comprá-lo. O viciado, submetido às pressões do traficante e do próprio vício, já não dispõe de tempo para ganhar dinheiro honestamente, parte para a ilegalidade: tráfico de drogas, aliciamento de novas pessoas para a droga, furtos, roubos, assaltos etc.
A erradicação do flagelo do crack só é possível com medidas preventivas, que precisam ser implementadas pelo Estado. Mas, para aqueles que já estão dominados pela droga, é dever do Estado cumprir a lei e oferecer assistência, mesmo que involuntária, aos dependentes de drogas.
A situação é crítica. Assim sendo, o Estado acaba com o crack, ou o crack acabará com os nossos jovens.
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