João Paulo foi papa por 25 anos |
O assunto do momento é a beatificação do Papa João Paulo II ocorrida no dia 01 de maio, depois que a religiosa francesa Marie Simon-Pierre Normand disse que tinha se curado do Mal de Parkinson depois de pensar com insistência no Papa João Paulo II. Esse “milagre” foi reconhecido para a beatificação.
Com a divulgação, grupos de apoio a vítimas de abuso sexual por religiosos fizeram protestos nos Estados Unidos e Europa contra a beatificação de João Paulo II, sob cujo pontificado foram feitas as primeiras grandes revelações de escândalos de pedofilia.
Bárbara Blaine, presidente da Snap (acrônimo inglês para Rede de Sobreviventes de Abusos de Padres), indignada disse “que é um absurdo honrar aquele que essencialmente, por esconder e proteger os culpados, sancionou a malfeitoria”.
O referido grupo é o maior do gênero no mundo, com 10 mil membros e foi fundado em 1.988, bem antes de o grande escândalo dos Estados Unidos de pedofilia de padres estourar em 2.001.
Destaca a presidente do grupo, que foi abusada em sua infância, que em mais de 25 anos o papa, que era um homem tão poderoso, não fez quase nada para proteger as crianças. O grupo fez protestos em 70 cidades dos Estados Unidos.
O tema é talvez o mais sensível para o atual papa que repetidamente pede desculpas públicas pelos incidentes. Em 2.010 um novo escândalo surgiu na Bélgica, com a sede da Igreja Católica local sendo invadida pela polícia.
Dessa vez foram tomadas medidas mais rigorosas para punir os padres culpados, que não foram protegidos como acontecia na época do papa João Paulo II. Mas, para o vaticanista Marco Politi, o atual papa se recusa a abrir os arquivos do Vaticano, que ajudariam a entender como os casos não foram investigados ao longo dos anos.
A beatificação do papa João Paulo II feita a toque de caixa com base apenas em relato de uma religiosa, sem qualquer comprovação científica, despertou a atenção das pessoas, que não conseguem entender o porquê de tanta pressa para essa beatificação.
Fica no ar aquela sensação de que tudo isso está acontecendo como forma de “merchandising” da igreja, que nos últimos tempos vem perdendo credibilidade por causa de tantos escândalos que não são apurados da forma que deveria.
Outra coisa estranha em tudo isso é por que a freira, que se diz curada, foi dirigir seus pedidos justo ao papa João Paulo II, quando existia uma infinidade de santos já consagrados muito mais capacitados para proporcionar-lhe o socorro, a cura pretendida.
A impressão que se tem é de que tudo isso não passa de coisa fabricada, criada para desviar a atenção do principal foco, que é a pedofilia praticada por religiosos e que dificilmente são apuradas e os culpados punidos.
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